Cães e gatos: inimigos mortais?

Apesar do estereótipo, cães e gatos que vivem juntos têm, na maioria das vezes, convivência pacífica. Mas o que favorece essa relação?

Tom x Spike Garfield x Odie Frajola x Hector O estereótipo está aí, sendo disseminado entre nós desde a infância: cães e gatos domésticos são inimigos.

Mas a conta não fecha: cada vez mais pessoas têm dividido a casa com cães e gatos, formando famílias multiespécie quase sempre harmoniosas.

E isso não é só uma impressão: um estudo publicado em 2020 na revista Plos One identificou que cães e gatos vivendo juntos têm, na maioria das vezes, convivência pacífica.

Os pesquisadores entrevistaram 1.270 pessoas, tutoras de cães e gatos simultaneamente. Em 69% das casas, cães e gatos dormiam juntos com frequência e em 64%, brincavam juntos.

Foi identificado também que o comportamento de lamber o outro animal partia mais dos cães do que dos gatos; e o comportamento de ignorar partia mais dos gatos.

Essas diferenças são explicadas não só pelo comportamento natural de cada espécie, mas também pela forma como o processo de domesticação aconteceu em cada caso.

Outro estudo, publicado em 2018, entrevistou 748 tutores, com resultados semelhantes. A maior parte dos cães e gatos demonstravam comportamentos amigáveis e tranquilidade na presença um do outro.

Ao investigar sobre as condições que favorecem essa relação, as respostas indicaram a idade em que os animais são apresentados e a oferta de um ambiente em que o gato se sente seguro.

Apesar de cães e gatos terem sistemas de comunicação diferentes, com as condições certas, eles conseguem se entender bem o suficiente para viver bem e em paz.

Condições certas? SIM! Antes de trazer um novo animal para casa, pesquise sobre a espécie e entenda suas necessidades;

– Busque orientação profissional para uma introdução gradual e positiva do novo animal; Prepare o ambiente para recepcionar o novo pet, com rotas de fuga, refúgios seguros e recursos abundantes;

– A feromonioterapia, indicada pelo veterinário de confiança, beneficia a adaptação; – O treinamento, para as duas espécies, é valioso tanto para o processo de introdução quanto para a convivência.

Certifique-se de que você terá condições de atender às necessidades de cada um dos animais. Lembre-se de que adotar um novo pet não é solução para problemas preexistentes!

Consultora certificada em comportamento felino e canino. Pós-graduada em Comportamento Animal, única profissional sul-americana certificada pela Pet Sitters International.

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Letícia Orlandi