Um guia para iniciantes sobre esse método em que você e seu pet evoluem juntos
Perdida(o) entre as linhas de treino para animais de estimação que você já viu por aí? O método utilizado interfere diretamente no bem-estar do seu cão ou gato, então é mesmo um assunto importante.
O treino positivo, que engloba várias técnicas, é conhecido também como “force free” ou “fear free”, ou seja, livre do uso de força e da imposição do medo.
É uma metodologia atualizada, baseada em evidências científicas e em um conjunto sólido e reconhecido de estudos de qualidade, publicados em periódicos de referência no mundo inteiro.
O treino positivo prioriza o bem-estar dos animais, o vínculo com o tutor e a criação de um canal de comunicação animal-humano composto por respeito, confiança, carinho e consistência.
O treino positivo é eficiente para os mais variados tipos de problemas e pode ser utilizado com animais de qualquer raça e porte.
O treino positivo vai muito além de oferecer petiscos. A família e o treinador criam situações e cenários que favorecem o sucesso, ou seja, o acerto do cão ou gato. Esse sucesso é recompensado.
Para prevenir comportamentos indesejados, algumas mudanças são feitas no ambiente e atividades são incluídas ou excluídas. É o que chamamos de manejo ambiental e modificação/enriquecimento da rotina.
No treino positivo, excluímos o uso de ferramentas, atitudes e processos que acrescentam punições, sustos, broncas e desconfortos à rotina do animal.
Isso preserva o desejo do animal de aprender e de exibir novos comportamentos, assim como seu bem-estar físico e emocional. O treino positivo não tem efeitos colaterais.
Bem, talvez a frase anterior não seja totalmente verdade. O treino positivo tem um efeito colateral: passamos a entender o mundo um pouco mais pela perspectiva dos nossos animais.
Em vez de impor regras que só nós entendemos, apresentamos limites de forma divertida, incentivando o animal a fazer boas escolhas. O treino positivo não é permissivo e nem ensina apenas “truques”.
No treino positivo, os tutores participam do processo do início ao fim. As atividades são planejadas de forma individual, sem receitas prontas ou fórmulas mágicas. É necessário dedicação.
Profissionais positivos trabalham de forma multidisciplinar, observando o animal como um todo e contando com ajuda de colegas (adestradores, consultores, veterinários comportamentais e clínicos).
O treino não precisa, nem deve, espelhar os processos educativos punitivos pelos quais a maioria de nós passou na infância e adolescência. O fato de o método “funcionar” não é o bastante.
O fato de oferecer petiscos também não garante que o método seja positivo. Se, em outros momentos, o animal é punido, cria-se uma imprevisibilidade que mina sua confiança.
Treinar um animal não é como consertar um carro, que você leva ao mecânico, deixa lá por algumas horas ou dias e depois busca o veículo em pleno funcionamento.
Treinar se parece muito mais com a montagem e a manutenção de um jardim, ou seja, além de plantar, é necessário regar, retirar ervas daninhas, adubar e manter as plantas saudáveis.
Que tal saber mais sobre isso e montar um belo jardim?