Você já ouviu falar de Alzheimer canino?

Disfunção cognitiva em cães é comparada à doença humana pelo caráter progressivo e resposta ao tratamento

Sabe quando nosso cachorro começa a ficar velhinho, passa por algumas alterações comportamentais e nós dizemos: “isso é coisa da idade”? Sabe, né…

Esse nosso hábito PRECISA MUDAR!

Na medida em que os cães passam a ser considerados membros da família e têm mais acesso a alimentação de qualidade e cuidados veterinários, eles passam também a viver mais, o que é maravilhoso.

Mas a disfunção cognitiva canina, que pela progressão e resposta ao tratamento é comparada ao Alzheimer humano, também passa a fazer parte do cenário com mais frequência.

Só que, apesar de haver recursos para amenizar e ampliar a qualidade de vida dos cães com a disfunção, muitos deles não recebem o diagnóstico e os cuidados adequados!

Exatamente porque os tutores percebem as alterações, mas acham que tudo é reflexo da idade avançada e que a mudança de comportamento é “normal”.

A síndrome da disfunção cognitiva canina é uma condição neurodegenerativa mais frequente em cães acima de 10 anos, mas que pode aparecer já a partir dos 6/8 anos.

Os sinais mais comuns são: déficit no aprendizado, memória e percepção do espaço; presença de desorientação; – alteração no padrão sono (para mais ou menos) - vigília (mais inquietude);

– mudanças (aumento, redução, conflitos) na interação com pessoas e outros animais; – aumento ou aparecimento de sinais de ansiedade e medo; dificuldade em acertar o banheiro;

vocalização (latidos) em excesso, fora do habitual; letargia ou apatia, mesmo sem a presença de dores ou doenças físicas.

Os sinais da disfunção cognitiva são agrupados em 7 categorias que vão orientar o diagnóstico (feito pelo médico veterinário). As categorias formam um acrônimo em inglês:

DISHAAL

Desorientação Interação  Sono-vigília Higiene (House soiling - defecar/ urinar fora do lugar) Atividade (muito alta/muito baixa) Ansiedade/medo Aprendizado e Memória (Learning and Memory)

O diagnóstico precoce, diferenciando a síndrome do que realmente é parte do envelhecimento normal, vai ser o grande aliado da qualidade de vida do seu cão e da convivência dele com a família.

O enriquecimento mental (enriquecimento da rotina, brincadeiras adequadas à idade e treinamento) amplia o bem-estar dos cães e atua em sinergia com a terapia farmacológica.

Consultora certificada em comportamento felino e canino. Pós-graduada em Comportamento Animal, única profissional sul-americana certificada pela Pet Sitters International.

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Letícia Orlandi