O gato é um animal bastante cuidadoso com o local em que faz suas necessidades. Na natureza, ele é PREDADOR E PRESA: para se proteger, procura não deixar sua localização muito evidente (uma das explicações para o comportamento de enterrar urina e fezes).
Mas há outras situações em que ele prefere evidenciar a presença, delimitando o território (e os preciosos recursos dentro dele) em relação a gatos “concorrentes”. Para isso, o felino pode marcar com a urina e até mesmo com as fezes.
A caixa de areia foi uma solução INVENTADA PELOS HUMANOS para que pudéssemos conviver com nossos gatos maravilhosos dentro de casa, protegidos, sem acesso à rua, BEM LONGE dos perigos que ela oferece.
Para o combinado dar certo, as caixas devem ser adequadas em relação: – ao gato: idade, saúde, problemas de mobilidade, tamanho; – ao ambiente: quantidade de gatos, localização; – às características da caixa: tamanho, profundidade, material, tipo de substrato (areia), limpeza.
Para todos os gatos, a caixa deve ser aberta e espaçosa (faça esta conta: o comprimento do gato, mais meio gato). Ele deve conseguir, pelo menos, dar a volta em torno de si. Para jovens e adultos, ela pode ser profunda, evitando que a areia se espalhe para fora.
À esquerda, caixona de areia da PetGames, disponível em pet shops. À direita, caixa masseira disponível em lojas de material de construção.
Para filhotes, velhinhos e gatos com mobilidade reduzida, é necessário que a caixa tenha algumas laterais mais baixas, facilitando o acesso.
Tapetes coletores facilitam a organização e a limpeza.
O número de LOCAIS DE ELIMINAÇÃO disponível deve ser o NÚMERO DE GATOS, MAIS UM.
OLHA A PEGADINHA: contar locais de eliminação é diferente de contar caixa de areia. Várias caixas juntas no mesmo local = uma única caixona, aos olhos do gato.
Temos que fornecer pontos diferentes, de preferência nos limites/extremidades do território (nossa casa), afastados dos locais em que eles comem, bebem água, brincam e descansam.
Os locais escolhidos para as caixas devem ser tranquilos e de fácil acesso, evitando que o gato se sinta encurralado. Ou seja: escondido lá no box do banheiro ou ao lado da máquina de lavar podem não ser boas escolhas.
Muitos gatinhos, por falta de opção, se adaptam, mas com prejuízos ao seu bem-estar.
Além de adequada às características do gato, a caixa de areia ideal deve ser feita de um material leve e de fácil limpeza. O mais comum é o plástico — que precisa ser de boa qualidade.
A caixa deve ser substituída periodicamente. O tempo de vida vai depender da qualidade do plástico e de sua resistência a arranhões.
O substrato (areia) ideal é fino, sem cheiro e que forma torrão em contato com a urina.
Madeira, pedras brancas e alguns tipos de sílica estão no grupo menos indicado. Esses produtos absorvem a urina e permanecem na caixa até sua substituição completa. Imagina frequentar um banheiro em que nunca se dá a descarga do nº 1?
“Ah, mas meu gato sempre usou”
Ofereça opções. Se ele preferir o granulado que não forma torrão, tudo bem. Areia boa é a que o gato prefere. Da mesma forma, podem existir gatos que preferem caixas fechadas, com tampa, mas são a minoria.
Muito cuidado com as “receitas” da internet que recomendam o uso de produtos alimentícios como areia — eles não foram preparados para receber dejetos de animais.
A quantidade de areia deve corresponder a uma altura de pelo menos dois dedos. Reponha sempre que observar que o nível baixou. A retirada dos torrões de urina e das fezes deve ser feita 2x por dia.
Já a caixa deve ser lavada a cada 7-10 dias, com água e sabão neutros. Não use desinfetantes ou qualquer outro produto com odor. Deixe secar bem.
Se, mesmo com a caixa de areia ideal, seu gatinho não utiliza, é importante investigar fatores como doenças e conflitos com outros animais da casa.
Devemos diferenciar também se o gato está usando outros locais como BANHEIRO ou está MARCANDO. A marcação urinária pode ter diversas causas, como a visualização de gatos na vizinhança e mudanças de ambiente, entre outras. Pode acontecer mesmo em animais castrados.
Nos dois casos, procure orientação de um profissional especializado para ajudar você e seu gatinho!
O gato que faz as necessidades fora da caixa está comunicando que algo não está bem. Não é pirraça ou vingança - esqueça esses estereótipos.