Apesar da fama de independentes, os felinos podem se sentir infelizes na ausência do tutor
Gatos são considerados os pets ideais para pessoas que vivem em pequenos espaços e têm a vida corrida, porque supostamente demandam “pouca atenção” e “dão pouco trabalho”.
Esse mito sobre a independência dos gatos vincula-se a preconceitos históricos e à comparação com os cães, ajudando a estabelecer convicções sem fundamento e prejudiciais ao bem-estar felino.
Gatos são, de fato, diferentes dos cães, tanto pela espécie, quanto pela domesticação. São animais que têm mais restrições em relação ao seu espaço “pessoal”, por exemplo.
Eles sinalizam a necessidade de carinho e seus vínculos de forma mais reservada. E quando fogem à média, demonstrando mais “carência”, são novamente comparados: “ah, eu tenho um gato-cachorro”.
Apesar de serem mais reservados, eles são capazes de formar vínculos com seus tutores e também com outros animais.
Outro fato que reforça o mito da independência felina é a tendência de demonstrar poucos sinais (ou sinais muito sutis) de doenças e dores físicas.
Em vida livre, gatos são predadores, mas também presas, dependentes da defesa do território para sobreviver. Eles tentam não demonstrar vulnerabilidades.
Por muito tempo, acreditou-se até que os gatos não ficavam doentes ou que se curavam sozinhos, dispensando cuidados veterinários!
Com uma rotina consistente de brincadeiras, atividades de enriquecimento alimentar e ambiente otimizado*, a maior parte dos gatos adultos ficará bem durante uma jornada de trabalho regular (8h-9h).
E ausências um pouco maiores? Do ponto de vista da segurança, o limite máximo considerado para um gato adulto é de até 24h, desde que não seja algo rotineiro.
O gato deve estar em ambiente que não ofereça riscos (por exemplo: portas batendo, janelas sem proteção) e ter acesso a caixas de areia limpas, comida, água e espaço adequados.
Mesmo nessa situação, os gatos já podem demonstrar apatia ou inquietação, dependendo de cada indivíduo. Ou seja, pode ser seguro do ponto de vista físico, mas está longe do ideal.
E os filhotes? Filhotes não devem ficar sozinhos por muitas horas (de 2 a 4h, no máximo). Eles têm mais facilidade de se envolverem em situações perigosas e demandam assistência mais frequente.
Mas é CLARO que todos nós precisamos nos ausentar algumas vezes, seja por uma viagem de trabalho ou lazer, uma necessidade de internação e outras razões…
Então, o que fazer? Para o gato, é melhor permanecer em casa, com cuidados em domicílio. A 1ª opção é contratar um profissional especializado nesse serviço: pet sitter ou cat sitter.
São profissionais qualificados para manter a rotina de atividades e as medicações orais, além de tomar providências se houver necessidade de atendimento veterinário.
Além disso, são pessoas capacitadas para não forçar a aproximação com gatos que têm restrições a humanos pouco conhecidos, respeitando os limites de cada gatinho e minimizando o estresse.
O orçamento de uma viagem deve contemplar essa necessidade, de forma a garantir tanto o bem-estar dos animais quanto a tranquilidade do humano, sabendo que estão bem cuidados.
Outra opção, em caso de uma viagem mais longa, são hospedagens especializadas, que oferecem acomodação em espaços planejados para os felinos.
Nesses locais, não há acomodação em gaiolas e também não há convivência de gatos de famílias diferentes, o que poderia resultar em brigas e até transmissão de doenças.
Gatos sentem falta de companhia. São animais sociais (com limites), que precisam de estímulos e interações adequadas. Além disso, a sensibilidade à ausência dos humanos varia de gato para gato!
Eles podem demonstrar comportamentos agressivos e problemas com a caixa de areia, entre outros, caso fiquem sozinhos por muito tempo e com muita frequência.
Quer saber mais sobre o ambiente ideal para seu gatinho?