Ele pode estar com dor! O comportamentos dos nossos cães nem sempre é o que parece.
Uma revisão de vários estudos realizada em 2020 indicou que pelo menos UM TERÇO dos casos de problemas de comportamento em cães incluem uma condição relacionada à dor.
Em alguns dos trabalhos analisados, o índice chega a 80%. É um número muito alto de cães em sofrimento sendo considerados “problemáticos” ou “difíceis”!
Tente se lembrar de como o seu comportamento muda quando você está sentindo alguma dor ou sintomas de uma doença. Nossa intenção sempre será reduzir esse incômodo, não é?
Agora imagine isso acontecendo de forma constante. A dor crônica afeta muito a qualidade de vida dos animais, com o agravante de que ela é mais difícil de identificar.
Muitas vezes, um cão com dores crônicas vai se alimentar, brincar e correr sem mancar. Mas pode se recusar a fazer alguns movimentos e reagir de forma mais intensa a estímulos corriqueiros.
É muito importante prevenir o aparecimento das condições crônicas e saber identificar os sinais de que é necessário procurar um médico veterinário, além do profissional de comportamento.
Entre os sinais comuns de dor, estão: – aumento das vocalizações; – mudanças em padrões de movimento e posturas (costas mais arqueadas, posturas mais rígidas e tensas);
– redução geral na intensidade e frequência de movimentos; – hesitar em pular ou descer de lugares; – levantar-se e caminhar mais devagar; – aumento do hábito de coçar-se ou balançar a cabeça;
– respiração ofegante, mesmo quando não está quente ou fez exercício; – orelhas e expressão facial tensas; – mudar o jeito de sentar ou deitar; – direcionar cabeça e olhar repetidamente para o teto;
– ganho de peso pela redução de exercícios; – perda de peso pela redução do apetite; – aversão ao toque, mesmo que seja apenas um carinho ou não seja na área diretamente afetada pela dor.
Esses sinais são confundidos com “coisas normais do envelhecimento” e escondem dores e doenças crônicas. E MAIS: cães jovens (até filhotes) também podem sofrer com a dor!
Seletividade em relação ao alimento, urinar e defecar em locais fora do habitual e dificuldades para dormir são sinais comportamentais que também merecem investigação (e não broncas!).
A “teimosia”, a dificuldade em progredir no treino, o constante estado de alerta e ansiedade e a agressividade em relação a pessoas e outros animais também podem ser sinais de incômodo físico.
Aqueles cãezinhos que latem e rosnam ao pressentir que serão pegos no colo podem estar sofrendo com dores. Muitas vezes, em vez de serem ajudados, são filmados para aparecer na internet.
A avaliação veterinária detalhada é um passo essencial para o trabalho comportamental bem-sucedido. Um problema comportamental deve ser tratado de forma multidisciplinar!
Várias doenças, como inflamações no sistema digestório, problemas osteoarticulares e endócrinos podem se desenvolver silenciosamente, manifestando-se apenas com sutis mudanças de comportamento.
Essas mudanças, mesmo que gerem comportamentos que não nos incomodem, devem ser investigadas! Eles não falam nossa língua, logo, precisamos ficar atentos para manter o bem-estar dos cães.
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