10 set A pergunta de um milhão de dólares: preciso dar banho no meu gato?
O tema divide opinião de especialistas e gateiros; banho em felinos já foi alvo de estudo científico
Gatos gostam de banho? Posso ou devo dar banho nos meus gatos? Essas perguntas dividem tutores de felinos, veterinários e especialistas em comportamento animal. Depois de tudo que eu já pesquisei e sendo tutora de gatos há 30 anos, tenho uma opinião. Mas vamos ver a qual conclusão você chega.
- O sentido mais importante para o gato é o olfato, que ele usa para reconhecer outros animais e o ambiente.
- Atualmente, há cursos especializados para os profissionais que irão trabalhar com gatos em pet shops. No entanto, o processo de transporte e a divisão do ambiente com outros bichos, além do barulho, pode ampliar o estresse do animal.
- Nem todos os gatos domésticos odeiam água. Alguns já nascem com uma inclinação a ter menos receio de ficar molhados, como os da raça Bengal; e outros foram acostumados pelos tutores desde filhotes.
- Segundo veterinários, animais debilitados por alguma doença, imunossuprimidos, positivos para alguma retrovirose (FIV / FeLV) não devem tomar banho.
- Um estudo revelou que o índice de glicemia dos gatos dobrou após o banho. Esse valor de glicose no sangue é indicativo de estresse (Link & Rand, 1998).
Considerando os fatos acima, podemos pensar que há prós e contras. Por isso, a principal pergunta que deve ser feita é: porque você quer dar banho no seu gato? Ele realmente precisa ou, na verdade, é porque você gosta de vê-lo todo cheirosinho?
Existem, sim, algumas justificativas para o banho. Se o veterinário prescreveu imersões terapêuticas para tratar alguma doença de pele, por exemplo. Se ele tem acesso ao quintal da casa, mesmo que não saia à rua (socorro!), pode ser necessário remover o excesso de terra e sujeira nas patinhas. Se a pelagem longa ficou suja por algum acidente na caixinha de areia, um banho pode até ser indicado, mas, mesmo assim, existem opções menos drásticas, como o xampu seco ou os lenços umedecidos.
No entanto, quando o gato vive em apartamento ou não tem acesso ao quintal, o banho pode ser dispensado. A justificativa de que o animal pode engolir muitos pelos cai por terra quando você se lembra de que a escovação frequente faz o papel de eliminar a pelagem morta. Vomitar bolas de pelo periodicamente — seu veterinário vai apontar qual a frequência aceitável — é algo normal para muitos gatos, enquanto que em outros casos a eliminação é feita pelas fezes.
Como tutora de gatos e tendo experiência com dezenas de bichanos (num passado longínquo, cheguei a dar banhos em alguns dos meus gatinhos) arrisco a dizer que NÃO, gatos NÃO precisam de banho. Há casos específicos? Sim, mas aí haverá uma recomendação veterinária, que deverá ser seguida, é claro. Fora isso, o banho de língua é o bastante.
Se o estrago foi grande e o animal está imundo (mesmo assim, hein: minha gatinha peluda já rolou em pó de reforma do apartamento e eu resolvi apenas com escovação e spray de banho seco), tornando o banho com água inevitável, evite qualquer produto com perfume ou cheiro forte, ou ainda que deixe resíduos no pelo. Além disso, depois do banho, a tendência é que o gato se lamba inteiro, portanto, penteie-o com cuidado após a secagem, para evitar a ingestão excessiva de pelos.
Em gatos de pelagem longa, pode ser necessário fazer uma tosa higiênica, para evitar o acúmulo de restinhos de fezes e urina. Há ainda raças específicas que precisam de banhos periódicos para retirar o excesso de óleo da pele. E há ainda outros gatos que vão pular na sua banheira quando você estiver tomando banho.
DICA DA TIA LETS
Essa decisão, portanto, depende de vários fatores e situações: se o felino veio da rua e a pelagem está muito suja; se ele não está conseguindo se limpar sozinho; se ele tem alguma doença de pele ou alergia. Em condições normais de temperatura e pressão, ou seja, se o gatinho fica só dentro da casa ou apartamento, é saudável e toma banhos de língua normalmente, ele pode ficar longe do xampu.
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