Certo e errado da introdução de um novo animal na casa

Certo e errado da introdução de um novo animal na casa

Veja o que deve e o que NÃO deve ser feito na hora de apresentar um novo companheiro ao gato ou cachorro residente

Embora a gente não goste de pensar assim, há momentos em que os animais se parecem conosco. Na introdução de um novo pet ao animal residente — assim como quando chegamos em uma nova escola, uma nova cidade, um novo trabalho — pode ser necessário ter paciência, porque eles precisam de tempo para se acostumarem um com o outro.

Inspirada pela experiência recente que tive no resgate de uma gata e cinco filhotes (uma gatinha ainda está disponível para adoção em BH), sendo que dois deles foram para residências em que já havia um outro gato, vou apresentar aqui algumas dicas do que fazer do que NÃO fazer ao apresentar um novo membro à família.

Alguns itens se aplicam a cachorros, outros a gatos; e outros aos dois. O tempo que você gastar nesse processo será recuperado futuramente, por não ter que separar brigas ou tratar feridas de combate.

CERTO:

icone - list - patinhaCertifique-se de que tanto o animal residente quanto o novato estão com as vacinas em dia, foram despulgados e vermifugados. Há diversas verminoses que são transmitidas ou se manifestam a partir do momento em que os animais passam a conviver;

icone - list - patinhaNo caso dos cachorros, levar o residente para conhecer o novato no abrigo, ONG ou canil, ou ainda em território neutro, pode ser uma opção interessante para verificar a afinidade e evitar excessos de territorialidade e proteção. Você pode levá-los para uma caminhada, se possível com duas pessoas, de forma que eles fiquem próximos, mas a uma distância segura;

icone - list - patinhaPara as duas espécies, uma opção são as estratégias de “troca de cheiros”. Trocar mantinhas, brinquedos, caminhas antes da chegada do novo animal. Assim, quando eles se encontrarem, o cheio será familiar;

icone - list - patinhaNo caso da introdução de um cachorro a um gato, mantenha o cão restrito a um cômodo e realize treinos com ele durante todo o período de separação. O treino vai ajudá-lo a mudar de foco toda vez que houver o impulso de perseguir o bichano. Caixas de transporte e portões de separação são boas formas de, gradualmente, permitir a convivência entre eles, sob supervisão. Mantenha o cachorro na coleira no momento da introdução. Se forem dois cachorros, mesmo em casa, os dois devem estar na coleira no primeiro contato;


icone - list - patinhaTenha petiscos sempre à mão no momento da introdução. Assim, você consegue recompensar bom comportamento ou desviar a tensão. O ideal é que haja uma pessoa por pet neste momento;

icone - list - patinhaDeixe tudo preparado para o novo animal: cama, cobertor, comedouro, bebedouro e brinquedos separados. No caso de gatos, também uma nova caixa de areia;

icone - list - patinhaSeja consistente e tente manter as mesmas regras da casa para o novo integrante, por exemplo: não implorar comida durante as refeições dos humanos;

icone - list - patinhaObserve se todos os animais estão comendo, bebendo e evacuando normalmente;

 

icone - list - patinhaFaça a sociabilização do novato desde o primeiro dia. Se na sua casa há um bebê que chora ou um aspirador de pó que é usado com frequência, o novo gatinho ou cachorrinho deve se familiarizar com esses elementos;

icone - list - patinhaPelo menos dois dias antes da chegada do novo animal, use um difusor elétrico de ferormônios e mantenha plugado na tomada do cômodo que será utilizado pelo novato nas primeiras semanas – Feliway para gatos e Adaptil para cachorros;

 

icone - list - patinhaSe você tiver um gato mais velho e estiver pensando em adotar um filhote, considere a possibilidade de adotar dois filhotes, que farão companhia um ao outro, enquanto o mais velho se acostuma com eles;

icone - list - patinhaSe possível, peça a um amigo para trazer o novato; em vez de você carregá-lo para dentro de casa;

 

ERRADO:

icone - list - patinhaPermitir que seu cachorro persiga o novo animal, seja ele canino ou felino, é errado. Mesmo que pareça uma brincadeira. Muitos cachorros têm instinto de caça e devem aprender que perseguir outros animais não é um comportamento aceitável;

icone - list - patinhaOferecer ao novo gato muito espaço nos primeiros dias também é errado. Em vez disso, mantenha-o em um cômodo separado com porta (com água, comida, brinquedos, arranhadores e uma caixa de areia — longe da comida e da água, é claro). Esse refúgio não deve ser invadido, em hipótese alguma, pelo animal residente;

icone - list - patinhaFicar ansioso para ver a reação dos animais é errado. O que dá certo (com comprovação científica) é seguir os passos em sequência, só passando à próxima etapa se os dois animais estiverem relaxados: separação total com refúgio; contato apenas visual sob supervisão; contato no mesmo ambiente sob supervisão e por fim, o tão sonhado “passe livre”. Faça com que as primeiras atividades em conjunto sejam prazerosas, para que aprendam a associar o prazer à presença do outro gato. Alimentação (cada um com seu próprio pratinho), brincadeiras, carinhos e elogios são exemplos desse tipo de atividade;


icone - list - patinhaDeixar um cachorro e um gato ou mesmo dois gatos e dois cachorros juntos, sem supervisão, antes de você ter certeza ABSOLUTA de que eles se dão bem, é errado. Regule suas expectativas: podem ser necessários meses para uma adaptação completa — em alguns casos, até dois anos;

icone - list - patinhaPreocupar-se demais caso o primeiro contato não seja muito positivo também é desnecessário. Ouvir “fsssstttttt” e rosnados em um primeiro momento não é sentença de tragédia. É natural. Você deve recompensar o simples fato de eles tolerarem um ao outro e deve intervir se houver agressividade com risco de lesão. Além disso, lembre-se de que um gato e um cachorro, dois cachorros e dois gatos podem dividir uma casa e serem felizes sem necessariamente dormirem juntos e se comportarem como irmãos da mesma ninhada;

icone - list - patinhaPermitir que crianças exagerem na interação e manipulação dos animais é errado. Mesmo que seus pequenos humanos estejam acostumados com gatos e cachorros, o novo animal não está acostumado com nada! Além disso, cada animal é único.

IMPORTANTÍSSIMO: O ideal é que você tenha um veterinário ou profissional especializado em comportamento durante esse processo, pelo menos no início. De qualquer forma, se houver uma agressão com lesão a um dos animais ou conflitos que tragam risco para animais e tutores, peça ajuda profissional imediatamente. Ter paciência é importante, mas saber os limites de bem-estar também é.

Ser tutor de um animal é um grande comprometimento por muitos anos, mas, com orientação adequada, é muito recompensador para todos os envolvidos.

Desenho da Tia Lets - iconeDica da Tia Lets

Foi bem interessante participar de adoções agora, depois de ter me tornado pet sitter e ter estudado bastante sobre comportamento. No caso específico de gatos, embora eles pareçam viver bem sozinhos, a maioria dos felinos é formada por criaturas sociais e que apreciam a companhia de sua própria espécie. No tempo em que ficam sozinhos em casa, os dois podem ter mais atividade física e entretenimento.

Os gatos jovens, até cerca de 24 meses de idade, são os mais carentes de um amigo da mesma espécie. Se ficar solitário, especialmente nessa época, o bichano pode se tornar um animal de personalidade mais quieta ou “depressiva” que não seria a natural dele.

Tudo depende do comportamento e do temperamento do animal, mas ele pode aceitar um novo companheiro mesmo quando mais velho. E também existe a chance de se fechar para novatos, especialmente se for introduzido rápido demais ao colega.

Uma curiosidade: a gente não para de aprender mesmo! Um dos gatinhos foi adotado por uma família que já tinha outra gata em casa. Mesmo castrada, diante da interação com ele, começou a produzir leite. Isso não é incomum! Em princípio, basta observar as mamas da gatinha, para evitar a mastite e o endurecimento do leite.

 

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