Ciência mostra que personalidade e níveis de stress humanos afetam bem-estar de gatos e cachorros

Ciência mostra que personalidade e níveis de stress humanos afetam bem-estar de gatos e cachorros

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Seu pet é sua alma gêmea: no bom e no mau sentido

 

Cara de um, focinho de outro. A personalidade e a qualidade de vida humanas podem afetar substancialmente o cuidado e o bem-estar de nossos dependentes. Essa ligação tem sido bem pesquisada em pais e crianças, no entanto, relativamente pouco se sabe sobre essa dinâmica no que diz respeito aos animais não humanos. 

Dois estudos, divulgados NESTE ANO em publicações científicas reconhecidas, apontam caminhos para desvendar essa influência. Vejam só que interessante*:

  1. Publicação: Fev/2019. Autores: Lauren R. Finka, Joanna Ward, Mark J. Farnworth, Daniel S. Mills. Título: A personalidade do dono e o bem-estar de seus gatos guardam paralelismo com o relacionamento pais-filhos”.

A partir de entrevistas com 3.331 tutores de gatos, os pesquisadores avaliaram a personalidade humana, tendo como critério as dimensões do Big Five Inventory (BFI): Extroversão, Amabilidade, Conscienciosidade, Neuroticismo, Abertura à Experiência. Os participantes também responderam perguntas sobre saúde física, raça, gestão da população de gatos e estilos comportamentais dos felinos. O quadro ao lado mostra a hipótese dos autores a respeito dos fatores que influenciariam o bem-estar dos gatinhos. A espessura e a quantidade das setas indica a relevância da influência de cada fator. Depois do tratamento dos dados, os cientistas relataram que níveis mais altos de neuroticismo humano foram associados a uma frequência maior de relatos de estilo comportamental felino agressivo/ansioso/medroso, além de doenças relacionadas ao stress e excesso de peso. Por outro lado, um nível maior de amabilidade humana relacionou-se a um maior nível de satisfação da pessoa em relação ao gato e uma maior probabilidade de peso normal. Maiores níveis de conscienciosidade humana (o que seria o oposto de “falta de direção” e impulsividade) foram associados a estilos comportamentais felinos menos ansiosos, medrosos, agressivos, alheios, evitativos. Segundo o artigo, os achados demonstram que a relação entre a personalidade do cuidador e o cuidado recebido por um dependente pode se estender para além da família humana até as relações tutor-animal, com implicações significativas para comportamento, escolha do manejo e, potencialmente, bem-estar.

2. Publicação: Jun/2019. Autores: Ann-Sofie Sundman, Enya Van Poucke, Ann-Charlotte Svensson Holm, Åshild Faresjö, Elvar Theodorsson, Per Jensen & Lina S. V. Roth. Título: Níveis de estresse de longo prazo são sincronizados em cães e seus donos”.

O estudo revela, pela primeira vez, uma sincronização interespecífica em níveis de estresse, considerando uma perspectiva de longo prazo. Anteriormente, já havia se observado que o estresse agudo demonstrava ser altamente contagioso entre humanos e indivíduos de outras espécies. Mas agora, a partir do acompanhamento de 58 duplas cão-humano, foram analisadas as concentrações de cortisol (o “hormônio do estresse”) capilar em duas ocasiões distintas (verão e inverno). Os traços de personalidade de cães e pessoas foram analisados por meio do Dog Personality Questionnaire (DPQ) e, assim como no estudo anterior, pelo Big Five Inventory (BFI). Além disso, os níveis de atividade dos cães foram continuamente monitorados por meio de um colar que enviava os dados remotamente, pela internet. Agilidade e obediência foram incluídos na observação canina, para representar diferentes estilos de vida. Os resultados mostraram correlações significativas entre os traços de personalidade humana neuroticismo, conscienciosidade e abertura ao novo sobre os níveis de cortisol do cão, além da influência sazonal (estação do ano). Ao passo que as atividades físicas e de treinamento influenciaram muito menos os níveis hormonais observados. Veja as imagens abaixo e observe a espessura das setas, que indicam a relevância de cada fator. Os pesquisadores sugerem que os cães, em grande medida, espelham o nível de estresse de seus donos. 

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As informações acima são apenas resumos de estudos complexos, que merecem ser lidos em sua integralidade. Mas são pontos de partida importantes para uma reflexão.

Dica da Tia Lets

“Interessante” é uma palavra boa para definir o sentimento que a gente fica depois de ler esses estudos, hahahahahahahaha. Primeiro a gente chora, tendo em vista que a maioria de nós está submetida a níveis altíssimos de pressão e estresse. 

Mas depois a gente reflete que, uma vez que temos consciência disso e da influência do nosso bem-estar na nossa família como um todo, podemos começar a ter atitudes para amenizar essa pressão, buscar ajuda para melhorar nossa saúde mental e física e aos poucos nos tornarmos mais resilientes e positivos. 

Se nem sempre lembramos de cuidar da gente mesmo, vamos passar a lembrar disso pelos nossos bichinhos, que tal? Todos ganham!

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