30 mar Por que preciso castrar meu gato, se ele não tem acesso à rua?
Muito se fala da castração com o objetivo de controle populacional de animais de rua. Mas e para bichinhos que vivem dentro de casa? Por que ela é tão importante? Vamos descobrir neste post!
As fotos que abrem este post parecem ser dessas de internet, mas é a Uiara, uma gatinha cuja mãezinha eu resgatei barriguda. A tutora dela me mandou imagens da fofinha já em casa, com os irmãos, se recuperando da castração realizada há 7 dias (por isso, a roupinha).
Isso significa que ela foi adotada de forma responsável, por uma família que, além da castração dos filhotes, se propôs a instalar telas nas janelas e oferecer toda a assistência necessária para suas necessidades, incluindo enriquecimento ambiental.
Mas essa NÃO é a realidade para muitos gatinhos, devido aos mitos e medos propagados até hoje a respeito do procedimento.
Então, vamos falar sobre castração? A esterilização evita a superpopulação de gatos – e consequentemente o abandono e a propagação de doenças comuns aos felinos, mas seus benefícios vão muito além. Alguns exemplos:
reduz consideravelmente os riscos do aparecimento de câncer mamário e infecções no útero (piometra, uma das principais causas de morte precoce em cadelas e gatas), além de contribuir para evitar várias doenças que afetam as glândulas reprodutivas;
evita tentativas de uso de anticoncepcional nas gatas. Diferente do que muitos pensam, esse método não funciona da mesma forma que funciona nos humanos. A hiperplasia mamária – crescimento das células das “tetinhas” muito maior do que o normal – é o efeito colateral mais comum. Como o metabolismo felino é muito mais acelerado do que o humano, esses efeitos podem aparecer bem rápido. Além do aumento das mamas, pode ocorrer a piometra, que é a infecção de útero. O risco de diabetes devido o uso contínuo de anticoncepcionais também aumenta nas gatas. Se é tão prejudicial, porque tem gente que ainda usa? Por supostamente ser mais barato e de curto prazo. Mas hoje em dia, com a modernização das técnicas cirúrgicas, isso mudou. O procedimento tornou-se mais acessível e existem clínicas que oferecem o serviço a baixo custo, além de órgão públicos que têm serviços gratuitos. Nesse caso, é necessário buscar com antecedência, porque pode haver lista de espera. Em Belo Horizonte, para procedimento com preço mais acessível, sem abrir mão da segurança, indico o trabalho da Castrapet — (31) 3047-9136 / facebook.com/castrapetbh / instagram.com/castrapetbh/ — Gente, é sério! Já vi, em internações de clínicas veterinárias, os horrores que essa medicação pode causar. Podem excluir essa opção, por favor!
ameniza ou, em alguns casos, extingue comportamentos indesejáveis, como miados escandalosos no cio das fêmeas e marcação de território no caso dos machos;
contribui para a redução do nível de stress do animal dentro de casa e as chances de fuga. Sabemos que, mesmo com as telas de proteção, acidentes podem acontecer. Se o seu gatinho passar despercebido pela porta, por exemplo, e chegar até a rua, a chance de ele se envolver em uma briga com outro gato é muito maior; reduzindo suas chances de ser encontrado. Ou, se for uma fêmea, se ela retornar, pode retornar grávida. Isso sem falar da transmissão de doenças!
amplia a qualidade de vida e a longevidade dos felinos. Quem não quer isso?
Até agora, falamos dos benefícios da castração para os gatos.
Vamos a alguns MITOS e recomendações importantes:
muitos especialistas consideram o período entre 5 e 9 meses de vida como ideal para a castração de felinos (para as fêmeas, mais perto de 5, 6 meses); no entanto, isso pode variar em função do desenvolvimento de machos e fêmeas. Portanto, somente um veterinário está apto a indicar a melhor hora.
embora muitos acreditem que seja necessário esperar que as fêmeas tenham seu primeiro cio para realizar o procedimento, isso não passa de mito! A castração feita antes desse período amplia a proteção contra tumores mamários.
o aumento de peso pode ocorrer, sim, em função da castração dos gatos; no entanto, a operação traz muito mais benefícios do não fazer o procedimento. Com o acompanhamento de um profissional, dieta balanceada e atividades com o seu gatinho (brincar é fundamental), é possível evitar e/ou reduzir essa consequência.
não se pode esperar que a castração resolva todos os problemas de comportamento do gato, porque ela não modifica a personalidade e muitos dos condicionamentos aprendidos por ele durante sua vida ante da castração. Se você o ensinou a morder seu pé por baixo da coberta, talvez ele continue fazendo isso.O mais indicado, neste caso, é a consultoria com um profissional especialista em comportamento felino e metodologia positiva. É muito importante ter expectativas REALISTAS sobre as melhorias que a intervenção pode trazer. Converse com o médico veterinário!
Dica da Tia Lets
A castração é um ato de amor, não de penitência.
Li
Postado em 05:34h, 05 novembroO que pode acontecer caso ñ castre minha gatinha, ela é presa e ñ sai para nada, quando está no cio aperto próximo ao rabinho e ela se acalma. Fico me questionando se é certo cercear o direito do bichinho procriar, mas por outro lado ñ tenho condições financeiras para permitir mais filhotes.
Letícia Orlandi
Postado em 10:10h, 05 novembroOlá, sua gatinha estará exposta a uma chance maior de desenvolver doenças vinculadas ao aparelho reprodutor e mamário, como a piometra e tumores; além de precisar passar pelo cio frequentemente, o que pode ser bastante estressante e induzir comportamentos anormais. A melhor opção é castrar, sem dúvida alguma.
Giovanni
Postado em 22:07h, 13 novembroTenho somente um gato macho no meu apartamento e ele não tem acesso nenhum à rua. É necessário mesmo realizar a castração nesse caso? Obrigado
Letícia Orlandi
Postado em 04:35h, 14 novembroSim, é necessário. Pelos motivos citados no conteúdo, como a prevenção de doenças como o câncer de próstata e testicular (entre outras), redução da possibilidade da marcação territorial com urina dentro de casa (não é possível realizar um tratamento relativo a essa questão sem a castração prévia), desenvolvimento de posturas agressivas em função de perturbações ambientais (presença de fêmeas e outros machos na área próxima à residência, mesmo dentro de um prédio) e algumas questões práticas, como: se você precisar fazer uma obra em sua casa e necessitar hospedar seu gato, os locais que oferece esse serviço não recebem gatos não castrados; profissionais de pet sitting também não atenderão animais não castrados; se, em uma situação uma ida a uma clínica veterinária ou mudança de residência, acontecer uma fuga, a chance de reencontro é muuuito menor e a chance de seu animal contrair doenças em brigas é muito maior. Além disso, ninguém está isento de erros. Basta uma distração com a porta e o gato pode escapar.
Janaina
Postado em 21:06h, 25 agostoOlá fiz a castracao na minha gatinha há três semanas.mas a castracao traumatizou ela a mim e o outro gato..ela está muito agressiva e ataca o outro gato violentamente. Que já está ficando deprimido e eu machucada de tentar segurar ela.esse comportamento vai passar?a minha gatinha era um doce antes da castracao.e eu estou desesperada ,ansiosa .
Letícia Orlandi
Postado em 17:22h, 26 agostoOlá, tudo bem? Em um caso como esse, é indispensável consultar o veterinário, porque pode ser que ela esteja tendo esse comportamento devido a alguma dor ou incômodo. Além disso, sempre que um gatinho vai ao veterinário e fica algumas horas por lá, no retorno, devemos separá-los por 24h, a fim de que o gato que saiu recupere seu cheiro original e não cause estranhamento. Se forem descartadas causas clínicas, é necessário avaliar a interação entre eles e o ambiente para definir uma estratégia. Fico à disposição.