26 mar Posicionamento contra o uso de aversivos no treinamentos de animais
A Comissão de Bem-Estar da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Comportamental, da qual Tia Lets faz parte, é responsável pelo desenvolvimento dos posicionamentos
Você sabia que existe uma Associação Brasileira de Medicina Veterinária Comportamental? E que, apesar de ser uma associação de medicina veterinária, a ABMeVeC tem em seu conjunto de associados profissionais não veterinários que atuam em comportamento animal? Tia Lets é um desses profissionais.
Num país de proporções continentais como o Brasil, com uma área tão nova como a etologia clínica e com a possibilidade de uma abordagem multidisciplinar do paciente, a qualificação e integração de outros profissionais que trabalham com comportamento animal é considerada bem-vinda pela ABMeVec. O maior objetivo da especialidade de medicina veterinária comportamental é melhorar a convivência da família multiespécie, garantindo o bem-estar do paciente atendido. Atualmente a área conta com diversas associações internacionais, além de congressos e revistas científicas especializadas.
Em 2020, com a abertura de inscrições para novos membros, eu tratei de logo aproveitar a oportunidade, inicialmente como uma caminho para atualização e participação em eventos com profissionais de reconhecimento nacional e internacional.
Mas agora, essa integração está rendendo novos frutos, como a formação das comissões (saiba mais sobre elas acessando o portal da Associação) e a publicação recente do Posicionamento contra o uso de aversivos no treinamentos de animais (que você pode fazer o download abaixo ou acessar no site da ABMeVec). A Comissão de Bem-Estar, da qual eu faço parte, foi a responsável pela base deste documento, tão importante para o cenário atual do adestramento e modificação comportamental no Brasil.
Várias técnicas e ferramentas de treinamento são utilizadas há várias décadas em animais, na educação e no treino, com o objetivo de educá-los para uma melhor convivência com a família humana, para a prática de atividades esportivas e para ensinar aos animais de trabalho, incluindo os animais de assistência, tarefas específicas. As mesmas técnicas e ferramentas são também utilizadas na terapia de modificação comportamental de animais que demonstram alterações comportamentais resultantes de alterações emocionais e/ou clínicas. Nas últimas décadas, esses métodos vêm sendo tema de estudos científicos numerosos, que comprovaram os efeitos deletérios na qualidade de vida e bem-estar de métodos baseados em coerção, força, punição e ferramentas aversivas. Ao mesmo tempo, as evidências científicas apontam para a eficiência e benefícios dos métodos baseados em reforço positivo, como a oferta de uma recompensa diante dos comportamentos que se deseja aumentar a frequência.
Há muitas informações circulando nas mídias sociais, sites e cursos, que podem deixar você, tutor que busca o melhor para seu animal de estimação e sua família, confuso. Por isso, recomendo a leitura do posicionamento na íntegra e me coloco à disposição para tirar suas dúvidas sobre o tema.
Agradeço imensamente aos colegas e à coordenação da comissão, que tornaram possível esse passo tão importante.
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